Os advogados Blumenau e região pediram ao presidente nacional da OAB, Cezar Britto, em reunião ontem (02) com os colegas que residem nos municípios castigados pelas enchentes, que a instituição cobre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fiscalize para que o dinheiro público destinado ao socorro das vítimas chegue logo aos destinatários, sem os desvios da corrupção que tem atingido diversas obras públicas. Britto antecipou que proporá ao presidente Lula e ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, a criação de uma comissão - que pode ser inclusive integrada pela OAB se o governo assim entender -, para fiscalizar a destinação e aplicação dos recursos enviados para enfrentar a tragédia catarinense.

Segundo o presidente da OAB/SC, Paulo de Borba, também está sendo formada uma comissão, de âmbito estadual, que pretende acompanhar a destinação dos recursos e que é integrada pelo próprio presidente Paulo Borba, por uma desembargador do TJ/SC e um integrante do Ministério Público de Santa Catarina, entre outras autoridades.

O presidente nacional da OAB afirmou também, durante entrevista em Blumenau, que o tratamento prometido pelos governos federal e estadual às vítimas de Santa Catarina "precisa sair do discurso para a realidade". Ele acrescentou, durante entrevista: "Nós da OAB vamos cobrar do presidente da República que efetive esses recursos (prometidos aos desabrigados) e, mais que isso, que ele chegue na ponta, que chegue a quem deve ajudar e que não seja desviado pela corrupção que tem atingido algumas obras brasileiras".

Cezar Britto disse que governos federal, estadual e sociedade devem "precisam fazer um trabalho permanente nessa região de Santa Catarina, pois a tragédia não acabou".  Ele lembrou que ainda há pessoas desaparecidas ou soterradas, além de possibilidade de desmoronamento de encostas e trechos de estradas. "Então, é preciso um tratamento permanente. E o tratamento permanente que fora prometido, tanto pelo governo estadual quanto pelo governo federal, precisa sair do discurso para a realidade", criticou ele durante a visita.