Com fortes críticas a privilégios de agentes públicos, especialmente nos poderes Judiciário e Legislativo, manifesto pelo fim da reeleição no Executivo e conclamação à OAB para que esteja à frente de um novo momento político no País, foi aberto nesta sexta-feira (10), em Itá, Oeste do Estado, o 80º Colégio de Presidentes de Subseções da OAB/SC.
“O que estamos vendo é a deterioração dos valores que deveriam sustentar a República”, disse o presidente da subseção de Concórdia, Anacleto Canan, anfitrião do encontro que reúne até domingo presidentes de 44 subseções da entidade, conselheiros e diretores.
Segundo Canan, “já está provado que as doações de campanha não passam de adiantamentos que são recuperados no decorrer dos mandatos”. Ele disse que a sociedade brasileira deposita grande confiança na Ordem e que esta credibilidade aumenta a responsabilidade da advocacia. Além de trabalhar pelo fim da reeleição para cargos do Executivo, o presidente da subseção quer que a entidade lidere um movimento pela reforma das leis orgânicas do Ministério Público e Judiciário.
“Estes poderes têm privilégios ultrajantes. Se ainda fosse como recompensa pelos serviços, se entenderia, mas não é o caso. O Judiciário é lento, e a culpa dessa lentidão são privilégios como férias de 60 dias”, disse. “Enquanto Estado não tem dinheiro para atender necessidades básicas, agentes públicos, aqui mesmo, em Santa Catarina, vivem nababescamente, fazendo jus a auxílio-moradia, auxílio-alimentação e outros penduricalhos inaceitáveis”, disse, referindo-se ao Ministério Público, mas lembrando que estes privilégios “alcançam também o Legislativo”.
Assessoria de Comunicação da OAB/SC