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“Estamos passando por tempos críticos em que a credibilidade das instituições está em xeque. A OAB/SC, através do seu presidente Rafael Horn, aponta para o caminho da reflexão e enfrentamentos diretos a problemas latentes, como o preconceito e a discriminação. A importância do fortalecimento das cotas nas universidades, os desafios dos profissionais negros e a luta contra o racismo foram a tônica da celebração pelo mês em que lembramos um dos principais ícones da luta contra a escravidão negra no Brasil, Zumbi dos Palmares.” A avaliação é do presidente da Comissão de Igualdade Racial, Marco Antônio André, sobre o debate ‘O Pensamento Crítico e a Consciência Negra’ em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), na última sexta-feira (22).
O presidente comemorou o sucesso do evento e já planeja realizar mais atividades em 2020, com palestras, seminários e um encontro Estadual da Advocacia Negra em Santa Catarina. O evento contou com a participação especial de estudantes do Grupo de Estudos Negros Mandela, ligados ao curso de Direito UFSC, que promete ser uma parceira junto à Comissão. “Realmente foi uma noite muito especial, com a presença da presidência na mesa do evento Caroline Viseu, demonstrando toda a força da mulher negra na advocacia”, celebrou.
Realizado por meio da Comissão de Igualdade Racial em parceria com a Comissão Verdade sobre a Escravidão, a iniciativa teve como objetivo abordar a resistência do povo negro à escravidão e a inserção profissional do negro no âmbito jurídico. Para o presidente da Comissão de Igualdade Racial, a população negra do país ainda sofre com as consequências da escravidão e esse é um assunto que precisa ser debatido com frequência, principalmente no dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, que surgiu em decorrência da Morte de Zumbi dos Palmares.
“Os reflexos estão no sistema carcerário brasileiro. Atualmente, 70% das pessoas presas são negras e pardas, resultado de uma falsa Abolição da Escravatura no país, ocorrida em 13 de maio de 1888. Isso acontece porque, um dia após esse fato histórico, milhares de pessoas foram jogadas à marginalidade e, por consequência, a herança social atual está relacionada ao fato de que a grande maioria da população negra brasileira é formada por negros e pardos”, observou.
Sobre Zumbi dos Palmares, o presidente o classificou como uma figura identitária da luta pela Abolição da Escravatura, pela liberdade representada nos dias de hoje por uma sociedade que não seja mais racista, em que negras e negros sejam tratados de forma igualitária, seja no Judiciário, no mercado de trabalho ou na sociedade como um todo. “Então, para nós, negros e negras, Zumbi é um símbolo de resistência de uma luta interminável e fazer referência a ele todo dia 20 de novembro, data de sua morte, é lembrar da luta contra a escravidão e, nos dias de hoje, contra o racismo”.
Assessoria de Comunicação da OAB/SC