Uma comitiva com 60 advogadas catarinenses esteve em Fortaleza, no Ceará, para participar da III Conferência Nacional da Mulher Advogada. A abertura do evento aconteceu na quinta-feira (05) e seguiu até sexta-feira (06). Elas representaram as quase 20 mil advogadas de Santa Catarina.
Para esta edição, a Conferência elegeu como tema central a busca de uma advocacia mais igual, livre e com o apoio mútuo entre as advogadas brasileiras – Igualdade, Liberdade e Sororidade.
A presidente da Caixa de Assistência dos Advogados, CAASC, Cláudia Prudêncio, foi uma das palestrantes do evento, com o tema “Assédio no Ambiente de Trabalho”, onde falou sobre a importância do debate de um evento desse porte. “Estou aqui hoje representando cada uma de vocês que estão presentes e também as nossas colegas que não puderam vir. Precisamos ter a nossa dignidade no exercício da profissão garantida. Não vamos permitir ou tolerar qualquer tipo de assédio. O problema de cada uma de vocês é problema de todas nós”, disse a presidente para uma plateia de advogadas de todos país.
Para a presidente da Comissão da Mulher Advogada, Rejane Sanchez, a Conferência foi uma oportunidade valiosa de compartilhar suas boas práticas e, especialmente, aprender com outras experiências. As presidentes de CMAs das Seccionais tiveram pela primeira vez espaço para fazer um balanço dos trabalhos realizados e das perspectivas para este ano.
Quem também marcou presença no evento foi a secretária-geral adjunta da OAB/SC, e membra da Comissão Nacional da Mulher Advogada do CFOAB, Luciane Mortari. “Foi muito gratificante estar envolvida no engajamento em convidar mulheres advogadas para participar da Conferência e, ao mesmo tempo, contribuir com a organização do evento”, enfatizou ela.
Como conselheira federal, a advogada Sandra Kriguer também palestrou no evento e compartilhou como está orgulhosa de ter representado a mulher advogada catarinense. “A participação das catarinenses é relevante para o crescimento das advogadas como profissionais e mulheres. A conferência nacional da mulher advogada, mais do que um espaço de fala, foi uma reunião de mulheres advogadas que se inspiram umas nas outras, que se entendem e se ouvem. As advogadas catarinenses têm sua força de trabalho e representatividade reconhecida no cenário nacional e transmitem a inclusividade que Santa Catarina tem há muito na política institucional da Ordem”, contou ela.
Em seu painel, a conselheira relembrou a mobilização realizada em defesa da saúde mental das advogadas e a edição de uma cartilha para tratar do assunto com informações sobre como abordar o tema.
“Nosso nível de estresse chega, às vezes, a tal ponto que perdemos até mesmo o raciocínio. Uma das piores situações ocorre quando somos interrompidas por homens, como num episódio que houve comigo. Precisamos ter uma postura de não se estressar quando os homens nos desestabilizam. Além disso, como diz o tema da conferência, é preciso sororidade, o apoio de uma outra mulher quando essas situações ocorrerem”, disse Sandra Krieger.
Esteve presente também presente durante a conferência, a conselheira federal, Sabine Müller.
O presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz, afirmou na abertura da Conferência Nacional, que recusar a igualdade de direitos às advogadas é negar justiça à metade da advocacia brasileira. Santa Cruz ressaltou ainda que a Ordem, em hipótese alguma, assumirá lugar de silêncio, conforto ou cumplicidade com a injustiça e o machismo na sociedade.
Cerca de 2,6 mil advogadas e advogados de todos os estados do país estiveram na Conferência que recebeu, no total, em torno de 70 palestrantes para mesas que debateram questões que vão desde a aplicação da Lei Maria da Penha, o aumento do feminicídio no país, a participação da mulher na política, até a série de obstáculos enfrentados pela advogada em seu cotidiano profissional.
Assessoria de Comunicação da OAB/SC