Autora das obras “Estatuto da Advocacia: Comentários e Jurisprudência Selecionada”, “Advocacia: inexistência de relação de consumo” e “Princípios jurídicos”, a advogada Gisela Gondin Ramos, ex conselheira do CNJ, é uma das palestrantes do Curso de Iniciação à Advocacia.
Gisela conhece bem a estrutura da OAB, já que exerceu diversos cargos entre 1998 e 2010. Foi vice-presidente do Instituto dos Advogados de Santa Catarina (IASC), no período 2005 a 2010, membro da Comissão Nacional de Defesa da República e da Democracia do Conselho Federal da OAB e conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no período 2013/2015. Atualmente integra a Comissão de Direito Constitucional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).
OAB/SC: Como os jovens devem se preparar para profissão? O que considera indispensável para quem está entrando no mercado de trabalho nos dias atuais?
Gisela Gondin: A advocacia está mudando e muito rapidamente. Quem está entrando hoje no mercado de trabalho precisa estar atualizado com estas mudanças, tem que se situar rapidamente com todos os movimentos do mercado, acompanhar os avanços tecnológicos e saber planejar a sua carreira desde o curto ao longo prazo, incluindo a necessidade de especialização, que hoje é uma tendência, além de garantir conhecimentos satisfatórios em gestão de escritório.
OAB/SC: Sua palestra deve abordar as estruturas da Ordem dos Advogados, certo? Por que advogados precisam conhecer a estrutura da Ordem? O que é mais importante e que todos deveriam saber?
GG: Sim, a palestra é sobre a estrutura organizacional da OAB. É importante que os advogados conheçam a sua instituição de classe, seus órgãos e os serviços que desenvolvem. A OAB é uma parceira do profissional, e desenvolve uma série de atividades que repercutem diretamente no dia a dia do profissional. Além disso, é uma questão de transparência. Os advogados devem saber onde e como são gastos os recursos que a OAB angaria a título de anuidade.
OAB/SC: Sobre as prerrogativas, você acha que os iniciantes na profissão possuem um bom conhecimento sobre essa questão?
GG: A grande maioria daqueles que iniciam na profissão ainda vê nas prerrogativas profissionais simples direitos dos advogados, sem considerar muito a sua indubitável responsabilidade para com a manutenção delas, e especialmente o fato de que elas refletem diretamente o sistema constitucional de direitos e garantias fundamentais. E esta questão é de extrema importância para se compreender o real valor das prerrogativas profissionais da advocacia no contexto de um Estado Republicano e de Direito. Neste aspecto, é sempre bom lembrar que um Estado Democrático de Direito repousa exatamente no perfeito equilíbrio entre o poder do Estado e os direitos e garantias dos cidadãos. Para garantir este equilíbrio, a nossa Constituição e todo o arcabouço legislativo brasileiro trazem inúmeros mecanismos e instrumentos habilitados à contenção dos excessos de poder pelo Estado. É neste ponto, como instrumento de contenção dos excessos do poder que estão, em lugar destacado, as prerrogativas profissionais da advocacia. Bem longe, portanto, da simples e indevida noção de privilégio, ao qual seguidamente tentam reduzi-las. As prerrogativas, portanto, não são simples direitos, mas verdadeiros deveres aos quais nenhum profissional está autorizado a abrir mão.
Assessoria de Comunicação da OAB/SC