Trazer uma visão mais humanizada para a advocacia por meio de um direcionamento sistêmico do processo é um dos principais objetivos da Comissão de Direito Sistêmico da OAB/SC, que se reuniu pela primeira vez nesta quarta-feira (21). “Queremos trazer um novo olhar para o Direito, onde os processos sejam focados no essencial com a devida responsabilização das próprias partes nas escolhas, de forma que os envolvidos se sintam bem com a solução tomada, para facilitar que ela seja respeitada”, explica Eunice Schlieck, presidente da Comissão de Direito Sistêmico da OAB/SC.
Eunice diz que a intenção da comissão é mostrar aos colegas advogados a importância da postura mais humanizada com o cliente e como agregar, aos conhecimentos e práticas já existentes, a postura sistêmica. “Além do envolvimento mais pacífico, ela abre um leque de possibilidades em cada processo, independente da área de atuação”, explica.
A iniciativa de implantação da comissão de Direito Sistêmico da Seccional, pioneira no Brasil, já repercutiu. Em junho, foram criadas comissões de Direito Sistêmico nas subseções de Balneário Camboriú e Itajaí, assumindo as presidências a conselheira federal Reti Jane Popelier e Maria Fernanda do Amaral Girardi, respectivamente. “Já recebemos também o contato de colegas de outros Estados interessados em compor a comissão em suas seccionais”, disse Eunice.
Entre os processos que englobam a visão sistêmica do Direito estão as constelações familiares, desenvolvidas pelo alemão Berth Hellinger. A prática chegou ao Judiciário com o juiz Sami Storch, que aplicou as constelações em audiência conciliatórias no estado da Bahia, chegando a 90% de acordos. Premiado pelo Conselho Nacional de Justiça, o juiz abriu espaço no universo jurídico e hoje o uso das constelações familiares já é promovido em pelo menos 13 estados brasileiros e no Distrito Federal por diversos juízes.
22/06/2017