De janeiro até agora 259 novos profissionais passaram a compor os quadros da OAB Santa Catarina, dos quais 57,1% advogadas e 42,9% advogados. Os números de 2019 refletem uma tendência já verificada desde 2016: as mulheres vem buscando e garantindo cada vez mais espaço na advocacia.
Em 2016, dos 3.321 novos profissionais, 1829 eram mulheres e 1492 eram homens. De mesma forma em 2017, dos 3.081 novos profissionais, havia 1760 advogadas e 1321 advogados. E em 2018, igualmente, do acréscimo de 3181 na classe, 1.787 nomes formaram o público feminino enquanto 1.394 compuseram o público masculino.
Nesse ritmo crescente, em breve, as mulheres serão maioria na advocacia catarinense. Atualmente os dados revelam que, do total geral de inscritos no Estado, ou seja, dos 53.085 profissionais, existem 29.102 homens na profissão e 23.983 mulheres. A diferença, de apenas 5.119, poderá ser reduzida a zero nos próximos anos, quando, pelo menos em números, homens e mulheres estarão em igualdade.
“Sabemos que a parcela feminina é grande na advocacia de Santa Catarina e vem se intensificando. Nossa gestão tem metas claras de inclusividade, inovação e eficiência, para respaldar também essa representatividade institucional no âmbito da OAB/SC. Cada vez mais buscaremos ampliar e preservar esses espaços e garantir à mulher advogada efetiva participação e acesso”, destacou o presidente da seccional, Rafael Horn.
Horn refere-se à atual composição feminina verificada na OAB/SC. Pela primeira vez, das 49 subseções no Estado, 17 são presididas por mulheres advogadas. São elas: Maria Teresinha Erbs (Blumenau), Tatiana Della Giustina (Braço Do Norte), Edianez Bortot Faoro (Caçador), Maria de Fathima da Costa Santini Teles (Camboriú), Mirian Gerhardt Dallegrave (Concórdia), Maria Isabela Cantarelli Sahione (Garopaba), Franciele Packer Jacobsen (Indaial), Jalusa Mayer Guimaraes (Itapema), Elisangela Schaitel (Joaçaba), Maria de Lourdes Bello Zimath (Joinville), Ana Elisa Mamfrim Farias (Navegantes), Angela Fabiana Beutler (Palmitos), Danielle Masnik (Porto União), Herta de Souza (São José), Patricia Velho da Silva (Turvo), Eliane Spricigo (Videira) e Fernanda Oliveira (Xanxerê).
De mesma forma, na diretoria, Luciane Mortari Zechini, ex-presidente da Comissão da Mulher Advogada, desempenha a função de secretária-geral adjunta; e na Caixa de Assistência dos Advogados de Santa Catarina, após décadas, Claudia da Silva Prudêncio retoma o protagonismo feminino na presidência da instituição.
“A comemoração do Dia Internacional da Mulher deve, antes de mais nada, passar por uma reflexão, a fim de entendermos de onde viemos, onde estamos e para onde queremos ir. Nossas bandeiras não podem mais ser relegadas a último plano. Temos que ser protagonistas das nossas vidas, incluindo aqui, nossa carreira como Mulher Advogada, pois, temos a missão de sermos empreendedoras de nós mesmas a fim de ocuparmos mais e mais espaços na sociedade e na nossa instituição. Uma levanta a outra e juntas seguimos altivas e cada dia mais encorajadas a vencer os obstáculos da vida e da carreira que abraçamos com tanto amor e destemor!”, pondera Luciane Mortari.
“Caminhamos junto a todo esse movimento social que estamos vivendo com a mulher ocupando lugares de destaque, que antes não eram cedidos a ela. A OAB Santa Catarina e Caixa de Assistência dos Advogados de Santa Catarina vivem hoje um momento histórico. Pela segunda vez, em 70 anos, a CAASC tem uma presidente mulher, isso depois de 50 anos da primeira mulher assumir a gestão da Caixa. Infelizmente, ainda nos dias atuais, somos colocadas à prova quando recebemos tamanha missão, pelo simples fato de sermos mulheres, mas a nossa responsabilidade e vontade só aumentam diante dos desafios. Acredito que a conquista de uma mulher pode servir de inspiração para muitas outras. Com o passar do tempo, deixamos de ocupar papel de coadjuvantes na sociedade para sermos e fazermos história” aponta Claudia Prudêncio.
No Conselho Seccional, composto por 87 membros, as mulheres advogadas representam 31 cadeiras neste triênio: Alessandra Bento (Itajaí), Caroline Rasmussen (Florianópolis), Celise Roesler Kobs (São Bento do Sul), Dalvani Jank (Florianópolis), Daniela Dal-Bó Gava (Criciúma), Edirlene Reginaldo de Freitas (Criciúma), Elizandra Maira Giacchini Mayer (Pinhalzinho), Evelin Fabricia Roch Censi (Joinville), Fabiana Guardini Nogueira (Florianópolis), Fernanda Sell de Souto Goulart (Itajaí), Gabriela Almeida Marcon (Florianópolis), Giane Brusque Bello (Florianópolis), Gisele Kravchychyn (Florianópolis), Helania Jussara Goulart (Sombrio), Helena Nastassya Paschoal Pitsica (Florianópolis), Isabela Pinheiro Medeiros (Florianópolis), Janaina Ferri Maines (Lages), Juliana Ribeiro Goulart (Florianópolis), Ludmila Hanisch (Florianópolis), Maria Cristina Renon (Lages), Marilza Laurindo do Prado (Fraiburgo), Niladir Butzke (Rio do Sul), Raquel Zanolla (Timbó), Renata Lima de Castilho (São Francisco do Sul), Rita de Bastiani (Campos Novos), Rosane Maçaneiro (Blumenau), Rosemeri Farina (Balneário Camboriú), Simone Brümmer (Joinville), Suzam Keli Negretto (Chapecó), Tatiana Kahlhofer (Joinville), Vanessa Azevedo Barcelos (Florianópolis).
A presidente da Comissão da Mulher Advogada, Rejane da Silva Sánchez, aponta a sinergia da OAB/SC com o movimento mundial em defesa da igualdade de gênero e do empoderamento feminino. “A ONUMulheres definiu para este 08 de março o tema “Pensemos em igualdade, construção das mudanças com inteligência e inovação.” Formas inovadoras para a defesa da igualdade de gênero e empoderamento feminino são o foco da ONU para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Segundo a entidade, se mantidas as tendências atuais, as intervenções existentes serão insuficientes para atingir um Planeta 50-50 no ano de 2030. Logo, o investimento em tecnologia e inovação oportunizam a melhoria dos ambientes. Além disso, o crescimento da representatividade feminina na política e em cargos de gestão e liderança é essencial para a concretização dos ODS.
Muitas empresas e instituições têm aderido esta proposta. A OABSC é um exemplo. Ciente do crescimento das mulheres na advocacia, seja em número ou em ascensão nas carreiras, a OABSC destaca-se no cenário nacional. Além de hoje destinar mais de 30% de seus cargos eletivos e de gestão às mulheres, muitas ocupam posições estratégicas. Para a OABSC, na esteira do foco atual da ONU, a inclusão e a inovação são indispensáveis para o progresso da advocacia e da sociedade. Portanto, a reflexão que se faz hoje é essa: a igualdade de tratamento entre mulheres e homens é essencial para constituir economias fortes, sociedades mais estáveis, justas e com qualidade de vida para todos."
Santa Catarina também tem representação feminina no CFOAB: Sabine Muller Souto e Sandra Krieger Gonçalves. “A importância da figura feminina na política, nas instituições e nos cargos de gestão é o assunto do momento. É preciso que as instituições e organizações, assim como a OAB de Santa Catarina (que em breve terá mais de 50% de mulheres inscritas na ordem) vem fazendo, olhem e apoiem mais as mulheres, afinal a presença feminina nesse campo traz benefícios para toda a sociedade e não somente a elas. Além de promover mais igualdade de gênero, o que é essencial na sociedade em que vivemos, o papel feminino na política mundial tem demonstrado que as mulheres nas políticas públicas ligadas à saúde e à educação, por exemplo, trazem inúmeros benefícios porque são extremamente comprometidas, corajosas e envolvidas com a causa. No mais, a essencialidade de se ter maior representação feminina vai, além disso, considerando se tratar de uma forma de empoderar o gênero”, defendeu Sabine Souto.
"O exercício da advocacia me proporcionou uma parte significativa da mulher que tornei. Devemos reverenciar as mulheres que nos antecederam na vida pública, na advocacia e na política de Ordem. A instituição que nos acolhe e que representamos em muito já evoluiu na participação feminina, mas muito mais precisa ser realizado: homens e mulheres precisam ter igualdade na remuneração, na participação política e institucional. As advogadas catarinenses estão felizes por tudo o que conquistaram, e engajadas pelo caminho que vislumbramos em nossa frente de maior participação nas decisões políticas e institucionais da OAB/SC", comemora Sandra Krieger.
Em âmbito nacional, em 2016 o Conselho Federal da Ordem instituiu aquele ano como o ano da mulher advogada no CFOAB e em todas as Seccionais do país. De lá pra cá, além da promoção de diversas atividades e da discussão de pautas relacionadas ao tema, as comemorações também trouxeram ao debate o Plano Nacional de Valorização da Mulher Advogada e a necessidade de inclusão contínua de pautas específicas nas gestões que se seguirem.
Assessoria de Comunicação da OAB/SC