Especialista da TOTVS Consulting no segmento jurídico, a administradora Simone Viana Salomão mostrou o caminho das pedras para que as sociedades de advogados alcancem a profissionalização e, a partir daí, o lucro. Também diretora do IGL, instituto voltado ao desenvolvimento de conhecimento e práticas de gestão para escritórios de advocacia, departamentos jurídicos e organizações públicas, ela abordou o assunto nesta quarta-feira (20) na OAB/SC, dentro da programação do Mês do Advogado.
“Se eu tenho um negócio, ele precisa me dar lucro e prazer”, esclareceu, de início, ao listar uma série de medidas necessárias para evitar o improviso na administração. Como o presidente da Comissão de Sociedades de Advogados da OAB/SC, Carlos Zoega Coelho, já havia adiantado na véspera, em entrevista, a aguardada explosão na quantidade de sociedades decorrente da inclusão da advocacia no Supersimples deve escancarar as dificuldades de gestão provenientes da falta de conteúdos de administração nas faculdades de direito. O advogado, via de regra, administra seu escritório na base do improviso.
As recomendações de Simone incluem mudanças de posturas comportamentais, como cogitar parcerias com outros escritórios e estar preparado para mudanças repentinas, como a exclusão ou morte de um sócio. “Olhar a concorrência também é enxergar oportunidades. Além disso, é preciso elaborar um planejamento para casos de tragédia. Governança toca também em coisas amargas e desagradáveis, mas que precisam ser tratadas. Temos que tratar a dor antes dela acontecer”, recomendou.
O caminho inicia pela identificação do momento de vida do escritório. “Só pensamos em crescer, mas diminuir de tamanho também pode ser uma opção. É preciso saber de todos os dados, custos, despesas, de onde vem a nossa receita, considerar se o prédio é próprio, a remuneração do sócio e até o cafezinho servido ao cliente, para então tomar a decisão sobre o momento de vida e para onde ir. Discutir sem números não funciona. É necessário ter controle, olhar para frente e dedicar tempo à gestão”, disse. Para isso, é necessário levantar vários indicadores: controle de fichas de tempo, rentabilidade por cliente e por caso, performance por profissional e por equipe, média de inadimplência, investimentos e orçamentos e distribuição de lucros.
“A governança vem como parceira do planejamento estratégico, embasando políticas de gestão de pessoas, investimentos e inovação. Vai nortear o planejamento para uma gestão baseada em boas práticas. Os princípios da governança são transparência, equidade, prestação de contas, cumprimento das leis e ética. Uma coisa não existe sem a outra”, observou Simone.
Na mesma noite, os advogados Gustavo Amorim, Leandro Guerrero Guimarães e José A. de Andrade, da Comissão de Direito Tributário da OAB/SC, detalharam a tributação dos serviços jurídicos e as sociedades de advogados.