Já se passaram 19 anos desde a criação da primeira Delegacia de Polícia da Mulher no Brasil – primeiro em São Paulo e, quatro meses depois, em Florianópolis, em 1985 - e, ainda hoje, dois fatores contribuem para a violência doméstica: o medo de denunciar e a falta de políticas e iniciativas que trabalhem também o agressor. O tema foi abordado pela delegada Sandra Mara Pereira, de São José, na manhã desta sexta-feira (8) durante a 5ª Jornada Catarinense da Mulher Advogada.
Segundo Sandra, os movimentos feministas que se alastraram pelo país, principalmente após a criação da Lei Maria da Penha, focam a vítima. O homem, porém, também precisa estar incluído nestas políticas públicas: se ele não for tratado, o ciclo se mantém. É o que mostram os registros de ocorrência e os inquéritos abertos em qualquer delegacia da mulher. “O modus operandi é sempre o mesmo. O homem cumpre sua pena e depois arruma outra companheira. Não basta tratar só a vítima. O que é feito para modificar o homem?”, questiona Sandra, conhecida pelos trabalhos de atendimento que vão além da rotina operacional.
“A violência doméstica passa por todas as outras violências também. Não vamos diminuir nenhum índice de criminalidade neste mundo sem antes tratar as agressões dentro de casa”, finaliza. A 5ª Jornada Catarinense da Mulher Advogada começou na última quinta (5) e segue até a noite desta sexta na SCar, em Jaraguá.
Assessoria de Comunicação da OAB/SC