A nova versão do Processo Eletrônico Judicial da Justiça do Trabalho (PJe-JT) - de número 1.4.8.3 - já está sendo testada pelos TRTs e traz mais de 100 correções de erros de versões anteriores. A notícia foi dada na segunda-feira (6) por integrantes do Comitê Gestor Nacional do PJe-JT, que estiveram em Santa Catarina dando sequência às visitas aos tribunais com o objetivo de “aproximar” o Comitê Nacional dos comitês regionais.
“Estamos fazendo um trabalho de saneamento, que poderá ser um divisor de águas no projeto. Se esse for o legado que iremos deixar, não vejo problema, pois o que nos interessa é ver o sistema totalmente estabilizado”, afirmou a coordenadora nacional do PJe-JT, desembargadora Ana Paula Pellegrina Lockmann, do TRT da 15ª Região (Campinas e interior de São Paulo).
Em razão disso, o desenvolvimento de novas funcionalidades não está sendo priorizado nesta etapa. “Temos o diagnóstico do que precisa ser melhorado, como, por exemplo, o módulo de audiências e o das sessões de julgamento, mas nesse momento nosso objetivo é fazer o sistema funcionar com o mínimo de erros”, diz a magistrada.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, com dados de setembro, já foram propostos mais de 2,6 milhões de processos pelo sistema, sendo 2,1 milhões na Justiça do Trabalho. Ao todo, 11 TRTs já implantaram o PJe-JT em 100% de suas varas e outros cinco Regionais, em 70% delas. “Quando falamos de Judiciário, não há projeto semelhante com tamanha grandiosidade no mundo, o que por si só justifica muitas das dificuldades que temos enfrentado”, destaca.
Acessibilidade para deficientes visuais
A juíza Gisela Ávila Lutz, do TRT da 1ª Região (RJ), destaca que a versão 1.4.8.3 corrige uma série de erros graves que vinham aparecendo em outras versões. “Também percebemos que alguns perfis de usuário estavam muito “soltos” no sistema, então reforçamos a segurança nesse aspecto”, adiantou a magistrada. A nova versão também traz a primeira etapa da funcionalidade de acessibilidade a deficientes visuais, que poderão começar a navegar pelo sistema usando o teclado.
A estratégia de “saneamento” também está sendo levada em conta pela Secretaria de Tecnologia de Informação do CSJT. O diretor da área, Cláudio Fontes Feijó, afirma que existem nos TRTs atualmente 24 projetos “satélites” ao PJe-JT, muitos sem documentação e pouco gerenciamento.
“O ideal é que todos os projetos sejam conduzidos como o Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (DEJT), gerenciado com sucesso pelo servidor Gustavo Ibarra”, ilustrou Feijó, referindo-se ao diretor da Secretaria de Informática do TRT-SC. “Nosso objetivo não é burocratizar, mas organizar o trabalho e dar mais transparência ao que vem sendo feito”, reafirmou.
Os membros do Comitê Gestor Nacional falaram para uma plateia de aproximadamente 30 pessoas que compõem os dois comitês do PJe-JT no TRT-SC: o Gestor Regional (inclusive com a presença de representantes da OAB-SC e do MPT-SC) e o Multidisciplinar. Após a explanação da equipe nacional, que também teve a fala do coordenador técnico do PJe-JT, Herbert Parente, houve espaço para perguntas do público presente no auditório.
“Estamos bastante satisfeitos com a visita, pois muitas vezes ficamos angustiados com determinados aspectos desse projeto. Receber as informações diretamente da fonte, portanto, nos tranquiliza bastante”, disse o presidente do TRT-SC, desembargador Edson Mendes de Oliveira, encerrando a reunião.
Assessoria de Comunicação do TRT/SC