A 15ª Subseção da OAB, em Balneário Camboriú, realizou ontem (6) um “Jantar de Ideias” em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O evento foi promovido pela Comissão da Mulher Advogada.
A programação contou com a participação da Secretária Adjunta da OAB/SC, Cláudia Prudêncio, que recebeu justa homenagem pelo tema exposto e pelo trabalho desenvolvido à frente da diretoria da Seccional.
Em sua palestra, Claudia Prudêncio falou sobre o papel da mulher na sociedade e na política. “Apesar de a mulher ter um perfil exigido pela sociedade -ser magra, elegante, cabelos compridos- ela continua responsável pelos cuidados da casa e dos filhos. E isto se deve à força cultural que vivemos. Estamos muito distantes da igualdade de gênero”, avaliou a integrante da Diretoria da Seccional.
Confira aqui outros trechos do bate papo entre mulheres, comandado por Cláudia Prudêncio:
“Ganhamos menos que os homens, mas trabalhamos igual ou até mais. Infelizmente vivemos num país machista e preconceituoso. A cada 15 segundos uma mulher é violentada, enquanto os homens são promovidos a cargos executivos diariamente.”
“Nós mulheres ocupamos 7% dos grandes cargos diretivos. E uma curiosidade: quando as sociedades empresariais são dirigidas por mulheres elas têm uma valorização de 21% em comparação às sociedades dirigidas pelos homens.”
“Uma triste notícia: no ano de 2017 a igualdade de gênero andou para trás. Perdemos 11 posições, e hoje estamos na 90?ª colocação das 144 existentes. O que agravou esse resultado foi a queda da representação feminina na política. Apesar das ações propositivas – cotas – estamos muito aquém do mínimo razoável. As mulheres devem ocupar seus espaços por sua competência. E por que o problema perdura? Quais as dificuldades enfrentadas pelas mulheres? O medo, preconceito? Não. É a falta de oportunidade. Falta de visibilidade. Falta de apoio nos partidos políticos.
“Não é diferente em nossa classe profissional. Temos 11% de mulheres como sócias majoritárias nos escritórios de advocacia. As mulheres advogadas ganham 79% do valor recebido por um homem advogado. Por que tanta diferença? Infelizmente por força cultural. Os homens têm mais facilidade de networking - futebol, sair para almoçar, jantar ou beber com os clientes. O que devemos fazer para mudar? Planejar, ter foco, se espelhar em outras mulheres, indicar mais mulheres, apoiar as mulheres, trazer os homens ao nosso grupo de conversas. É preciso que entendam a palavra feminismo. As mulheres são poderosas, determinadas, ousadas e não frágeis. Somos 51% da população brasileira, somos 52% do eleitorado. Somos 49,78% da advocacia catarinense. Isso não é pouco.”
Assessoria de Comunicação da OAB/SC