Confira artigo publicado na edição de 30/6 e 1°/7/2018 do Diário Catarinense, de autoria do presidente da OAB/SC, Paulo Marcondes Brincas:

"INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A ADVOCACIA

Uma das mais sombrias dúvidas que pairam sobre inúmeras profissões é como sobreviver à automatização do mercado de trabalho. Há algum tempo a tecnologia já eliminou uma série de postos na indústria, mas na área de serviços e, principalmente, em atividades intelectuais, ela não havia nos ameaçado. Ao contrário: facilitou muitas das atividades por meio de equipamentos eletrônicos e sistemas de informação. Mas eis que os robôs aprenderam a pensar, e o seu advento em escritórios de advocacia já não é mais uma surpresa, não é mais para daqui a 10 anos.

O futuro que se descortina com o advento da inteligência artificial é bastante incerto: a expectativa é de que, em três ou quatro anos, as atividades mais simples certamente serão substituídas por máquinas, atingindo os operadores do direito como um todo. Santa Catarina tem 51 mil advogados inscritos na OAB. Diante dessa realidade, tenho muito claro que o que há de mais importante para enfrentar esse futuro tão próximo é, indiscutivelmente, o preparo intelectual.

O que podemos fazer pela nossa profissão é oferecer o melhor em inteligência, conhecimento e informação no direito atual, e é nisso que temos nos empenhado: entre 2016 e 2017, a Escola Superior da Advocacia atingiu um público de 271.505 alunos, e até o final desta gestão, em 2018, projetamos alcançar 350 mil inscritos, entre cursos presenciais, telepresenciais e por meio da TV ESA - esta, uma inovação tecnológica criada em 2016 justamente para capilarizar o aperfeiçoamento, e que já soma cerca de 200 horas de conteúdo gratuito.

Somado a isso, nossa Seccional criou algumas comissões de trabalho de áreas novas do direito que precisam ser melhor exploradas, como compliance, direito das startups, direito digital e direito da moda, esta para aperfeiçoar o profissional que atuará junto a um setor que tem um dos maiores polos em Santa Catarina, o têxtil, e que muitas vezes importa conhecimento jurídico de outros Estados. Precisamos pensar o futuro, e a única forma de enfrentá-lo é mediante capacitação e informação de qualidade. Isso é o melhor que uma instituição pode fazer por sua classe."